terça-feira, 25 de março de 2008

Suicídio no Brasil


A mídia brasileira divulga incansavelmente notícias que envolvem corrupção, desmandos, crimes, banalidades da vida alheia, doenças como febre amarela, dengue...
Há, porém, uma situação que vem sendo esquecida não só pela mídia, como pela sociedade brasileira como um todo: o suicídio no Brasil.

Notável artigo escrito pelo jornalista André Trigueiro e publicado no jornal Folha Espírita – mês de Janeiro/2008, mostra essa triste realidade. Compartilho com o leitor alguns dados pesquisados por Trigueiro:
O Brasil está entre os dez países do mundo no ranking do suicídio, cerca de 8.000 casos por ano. Acrescente-se a isso que muitas mortes não são registradas como suicídio, sem contar as tentativas infrutíferas de auto extermínio, que, segundo Trigueiro, acontecem em uma esfera dez vezes superior aos casos consumados. O suicídio está vinculado a falta de informação. As pessoas que tentam ou consumam o auto extermínio não têm conhecimento da imortalidade da alma, tampouco das conseqüências desastrosas dessa atitude. Consideram que a vida se extingue com o findar do corpo físico, e por isso vêem no suicídio a saída para seus problemas. O cansaço da vida promovido pelo vazio existencial coloca muitas pessoas na rota direta do suicídio. Há muita gente vivendo por viver, sem objetivos, sem brilho nos olhos, sem sonhos...

Criaturas que frustram-se por pouco e encaram as provas da existência como castigo divino, com isso sentem-se desprezadas, angustiadas, acabrunhadas. Despreparadas para enfrentar os pedagógicos caminhos da jornada humana não têm paciência de encarar desafios. Querem colocar fim no que julgam ser um sofrimento interminável. Alguns casos na região de Bauru mostram que, muitos jovens colocaram fim na vida por motivos banais, cicatrizes que o tempo, esse senhor soberano, trata de curar, como término de namoro, por exemplo. E dado entristecedor: o suicídio já é uma das três principais causas de morte envolvendo jovens que estão entre os 15 e 34 anos.

E para complicar mídia e sociedade não abraçam a causa dos desajustes humanos como deveriam abraçar. Depressão, angustia, receios, melhor qualidade de vida são assuntos que obrigatoriamente deveriam estar na pauta de debates por parte da mídia, governo e sociedade de uma forma geral.

Mas, infelizmente não é isso o que acontece. Abre-se espaço em horário nobre para bisbilhotar a vida alheia, futilidades que levam do nada ao lugar nenhum, mas esquece-se de que naquele mesmo horário há muita gente vivenciando sofrimentos de todos os matizes. Poderíamos utilizar melhor o tempo. Sim, caro leitor, quando uma sociedade emprega bem seu tempo, há menos tristezas, menos sofrimentos, menos injustiças. Poderíamos, por exemplo, evitar que seres humanos cometam a loucura de exterminar a própria vida porque ignoram a imortalidade da alma. Por isso o Espiritismo cumpre função social das mais importantes. Aliás, o espírita tem essa função social: a de divulgar o Espiritismo para a educação da alma humana. Não quero aqui mostrar que o Espiritismo é dono exclusivo da verdade, nada disso. Quero apenas salientar que, ao ensinar que a vida continua, que o espírito prosseguirá com suas conquistas, mas também com suas dificuldades além dessa vida material, o ensino espírita colabora de forma decisiva para que a criatura humana saiba que o suicídio não resolve problema algum, ao contrário, apenas agrava.

Quando todos souberem que as dificuldades são passageiras e que podem significar passaporte para uma vida melhor, o número de suicídios terá drástica redução. Dificilmente teremos jovens que atentam contra a própria existência porque a namorada colocou fim ao namoro. Não teremos mais pessoas tentando se auto exterminar por causa de problemas financeiros, nem criaturas à beira da loucura porque a vida não lhes dá de mão beijada o que pretendem.

O assunto referente ao suicídio deve ser debatido, a sociedade tem de se mobilizar, informações devem ser transmitidas, o espaço precisa ser concedido. São vidas humanas em jogo. Ou nos mobilizamos agora, ou o número de suicídios aumentará. Ou psiquiatras, religiosos, psicólogos, jornalistas e nós da sociedade nos mobilizamos para tratar o assunto com a gravidade que ele merece, ou nosso Brasil terá a triste alcunha de: O país do suicídio.

Pensemos nisso!

Wellington Balbo
Publicado no Blog Recanto das Letras em 24/01/2008

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS

"Quem quer realizar seus sonhos não deve esperar caminhos sem bloqueios, vitórias sem acidentes. (...) Nos alicerces das grandes descobertas existem grandes falhas, nos alicerces das grandes falhas existem grandes sonhos de superação. Realizar os sonhos implica riscos, riscos implicam escolhas, escolhas implicam erros. Quem sonha não encontra estradas sem obstáculos, lucidez sem perturbações, alegrias sem aflição. Mas quem sonha voa mais alto, caminha mais longe. Toda pessoa, da infância ao último estágio da vida, precisa sonha" (Augusto Cury)




NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS
Augusto Cury


Você não precisará de sonhos para atravessar um pequeno atrito com alguém, mas precisará deles para superar suas tempestades emocionais, para vencer uma crítica injusta, uma calúnia, uma discriminação, uma deslealdade. Precisará sonhar com a leveza da vida para superar as decepções causadas pelos estranhos e para vencer as mágoas causadas pelas pessoas que você ama. Precisará sonhar com a solidariedade para compreender os erros dos outros, perdoar seus atos insensatos, ter esperança de que um dia mudarão. Precisará de sonhos para entender que ninguém pode dar o que não tem.


Você não precisará de sonhos para ser um trabalhador comum, massacrado pela rotina, que faz tudo igual todos os dias e que vive apenas em função do salário no final do mês. Mas precisará de muitos sonhos para ser um profissional que procura a excelência, amplia os horizontes de sua inteligência, fica atento às pequenas mudanças, tem coragem para corrigir rotas, tem capacidade para prevenir erros, tem ousadia para fazer das suas falhas e dos seus desafios um canteiro de oportunidades. Precisará de sonhos para enxergar soluções que ninguém vê, para apostar naquilo que crê, para encantar seus colegas, para surpreender sua equipe de trabalho.


Você não precisa de sonhos para vencer um resfriado, mas precisará de muitos sonhos para suportar com alegria uma doença crônica, para superar com coragem um câncer, um enfarte, um acidente. Precisará de sonhos para acreditar na vida e fazer de cada minuto um momento eterno, mesmo no leito de um hospital. Precisará sonhar com os patamares mais altos da qualidade de vida para não se transformar em uma máquina de trabalhar e não se destruir pelo estresse e ansiedade. Precisará de sonhos para repensar seu estilo de vida e investir naquilo que você ama. Precisará de sonhos afetivos para não fumar, para beber moderadamente, para não expor sua frágil vida a riscos numa estrada. Afinal de contas, sempre existe alguém apaixonado por você e que sonha viver longos anos ao seu lado.


Você talvez não precise de sonhos enquanto estiver valorizado socialmente e em plena forma profissional. Mas precisará de sonhos para ser criativo, atraente e perspicaz depois de se aposentar. Precisará de mais sonhos ainda para nunca aposentar sua mente e para transformar a terceira idade numa fase mais rica, calma e produtiva da sua existência. Precisará deles para ler, escrever, pintar, fazer cursos, contar histórias, compor poesias, viver aventuras. Precisará de sábios sonhos para gozar os melhores dias de sua vida e fazer da fase de perda da força muscular um período de vigor mental e de usufruto da sabedoria acumulada nos anos.
(...)


Você não precisará de sonhos para superar uma pequena tristeza ou um momento de ansiedade. Mas precisará de espetaculares sonhos para vencer uma crise depressiva, o desânimo, a falta de coragem de viver, e, assim, acreditar que todo transtorno psíquico por mais dramático que seja pode ser superado. Precisará de sonhos que exaltam a grandeza da vida para superar uma síndrome do pânico, um transtorno obsessivo, uma doença psicossomática, um estresse pós-traumático gerado por um acidente ou uma crise financeira. Somente os sonhos nos fazem suportar uma perda irreparável. Eles lubrificam os olhos do coração: fazem uma mãe que perdeu um filho enxergá-lo brincando na eternidade.
Precisará de sonhos para não ser escravo da culpa, prisioneiro do passado, servo das preocupações do futuro. Precisará deles para sair da platéia, resgatar a liderança do "eu", deixar de ser vítima de suas mazelas psíquicas, reeditar o filme do inconsciente e tornar-se autor da sua própria história.
Precisará de singelos sonhos para cobrar menos de si e das pessoas que o rodeiam; para elogiar, brincar, cantar e compreender mais. Além disso, precisará de muitos sonhos para zombar dos seus medos, debochar da sua insegurança, dar risadas das suas manias e, assim, viver relaxada e suavemente nessa bela e turbulência existência.


Sem sonhos, as pedras do caminho se tornam montanhas, os pequenos problemas ficam insuperáveis, as perdas são insuportáveis, as decepções se transformam em golpes fatais e os desafios em fonte de medo.
Voltaire nos disse que os sonhos e a esperança nos foram dados como compensação às dificuldades da vida. Desejos não suportam o calor das dificuldades. Sonhos resistem às mais altas temperaturas dos problemas. Renovam a esperança quando o mundo desaba sobre nós. John F. Kennedy disse que precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca foram. Tem fundamento seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a emoção e produzem um agradável romance com a vida. Quem não vive um romance com sua vida será um miserável no território da emoção, ainda que habite em mansões, tenha carros luxuosos, viaje de primeira classe nos aviões e seja aplaudido pelo mundo.


Precisamos perseguir nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem que ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas sejam atingidas. Não se esqueça de que você vai falhar 100% das vezes em que não tentar, vai perder 100% das vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não ousar caminhar.

Como disse o filósofo da música Raul Seixas: "Tenha fé em Deus, tenha fé na vida, tente outra vez...". Se você sonhar, poderá sacudir o mundo, pelo menos o seu mundo...

Se você tiver de desistir de alguns sonhos, troque-os por outros. Pois a vida sem sonhos é um rio sem nascente, uma praia sem ondas, uma manhã sem orvalho, uma flor sem perfume. Sem sonhos, os ricos se deprimem, os famosos se entediam, os intelectuais se tornam estéreis, os livres se tornam escravos, os fortes se tornam tímidos. Sem sonhos, a coragem se dissipa, a inventividade se esgota, o sorriso vira um disfarce, a emoção envelhece. Liberte sua criatividade. Sonhe com as estrelas, para poder pisar na Lua. Sonhe com a Lua, para poder pisar nas montanhas. Sonhe com as montanhas, para pisar sem medo nos vales das suas perdas e frustrações.


Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.

Por isso, desejo sinceramente que você...
NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS!